ABRAHAM PALATNIK (NASCEU EM: 1928, NATAL, RN – FALECEU EM: 2020, RIO DE JANEIRO, RJ)
PIONEIRO DA ARTE CINÉTICA NO BRASIL, CONHECIDO POR INTEGRAR ARTE, TECNOLOGIA E CIÊNCIA. SUA FORMAÇÃO EM PINTURA E ENGENHARIA NO INSTITUTO DE ARTE E TECNOLOGIA DE TEL AVIV INFLUENCIOU SEU TRABALHO INOVADOR. EM 1951, APRESENTOU O "APARELHO CINECROMÁTICO" NA 1ª BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, MARCANDO O INÍCIO DE SEU RECONHECIMENTO GLOBAL. PARTICIPOU DE EXPOSIÇÕES COMO A BIENAL DE VENEZA (1964) E NA PINACOTECA DE SÃO PAULO. SUA OBRA EXPLOROU MOVIMENTO, LUZ E COR, COM PEÇAS EXIBIDAS EM GALERIAS RENOMADAS, COMO A NARA ROESLER.
https://toppoexpress.com.br/a-historia-de-abraham-palatnik-o-pioneiro-da-arte-cinetica-no-brasil/
https://nararoesler.art/en/artists/29-abraham-palatnik/
Iniciou sua carreira na adolescência aos 17 anos em Vitória da Conquista, onde realizou suas primeiras exposições. Logo foi reconhecido por figuras importantes do cenário cultural baiano, como Jorge Amado, que desde que tomou conhecimento com o trabalho do artista, soube apreciá-lo. Poucos anos mais tarde já circulava e se destacava no cenário cultural de Salvador, onde realizou diversas mostras individuais.
A carreira deslancha na década de 1970, na cidade do Rio de Janeiro, levando Santos à projeção nacional e internacional. Prova disto é a quantidade de telas do artista espalhadas pelo mundo. França, Alemanha, Itália, Estados Unidos são apenas alguns dos países que guardam parte do acervo do pintor.
A obra de Adilson evoca o surrealismo e tem como principais objetos elementos da natureza e a figura feminina. A técnica, perfeita, gera um trabalho calcado não apenas no desenho, mas, sobretudo, na emoção. Seus quadros convidam e conduzem o observador a apreciar os personagens retratados na tela por meio de expressões observadoras realçadas por ares de romantismo.
Atualmente, Adilson reside em Vitória da Conquista com a família, onde ainda atua como pintor e realiza mostras nacionais.
Guia das artes:
https://www.guiadasartes.com.br/adilson-santos/obras-e-biografia
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Adriana Varejão (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1964). Artista visual. Passa parte da infância em Brasília. Ingressa no curso de engenharia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ) em 1981, mas o abandona no ano seguinte. A partir de 1983, estuda nos cursos livres da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, e aluga ateliê no bairro do Horto com outros estudantes. Viaja para Nova York, em 1985, e tem contato com a pintura do alemão Anselm Kiefer (1945) e do americano Philip Guston (1913-1980). Em 1986, recebe o Prêmio Aquisição do 9º Salão Nacional de Artes Plásticas, promovido pela Fundação Nacional de Artes (Funarte/RJ).
Ao visitar a cidade mineira de Ouro Preto, entra em contato com a arte barroca, que se torna referência para seu trabalho. Em Escrito sobre un Cuerpo, do escritor cubano Severo Sarduy (1937-1993), conhece os ensaios sobre esse movimento artístico. Neste período, aspectos do barroco cubano e da filosofia chinesa passam a influenciar sua pintura. Participa da mostra Brasil Já no Museu Morsbroich, Leverkusen, Alemanha, em 1988. No mesmo ano, realiza sua primeira exposição individual na Galeria Thomas Cohn, Rio de Janeiro, e integra a coletiva U-ABC, no Stedelijk Museum, em Amsterdam, Holanda. Em 1992, passa três meses na China. As experiências da viagem integram a exposição Terra Incógnita na Galeria Luisa Strina, São Paulo. Produz a exposição Proposta para uma Catequese (1993) depois de ler as obras do historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), do ensaísta Gilberto Freyre (1900-1987) e do crítico literário Alfredo Bosi (1936).
Em 1993, participa da residência artística promovida pelo Instituto Goethe em Maceió. Em seguida, viaja pelo nordeste brasileiro pesquisando sobre arte sacra e artesanato popular, especialmente ex-votos e azulejaria. Integra a mostra Mapping no Museu de Arte moderna (MoMA), em Nova York e, também, a 22ª, 24ª e 30ª edições da Bienal Internacional de São Paulo.
O arquiteto paulista Rodrigo Cerviño Lopez (1972) realiza um projeto para abrigar algumas de suas obras no Centro Inhotim de Arte Contemporânea, em Inhotim, Minas Gerais, em 2008. Possui obras em coleções internacionais de museus, como o Tate Modern, Londres, o Guggenheim, Nova York, e o Tokyo’s Hara Museum.
Análise
A obra de Adriana Varejão toma impulso com a pintura figurativa e gestual dos anos 1980, na qual lhe interessa a permanência das marcas do processo. A pintura constitui o campo maior de sua produção, incorporando elementos de outras linguagens, como a escultura.
Ao conhecer a cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, o repertório barroco passa a marcar suas criações. A narrativa, a mescla de linguagens bi e tridimensionais e a exuberância material das obras dialogam com a visualidade barroca, em busca de uma experiência estética totalizante. Em pinturas como Altar I (1987), as pinceladas espessas remetem aos ornamentos das igrejas. Em Abóbada (1987), tais alusões e a materialidade vigorosa confrontam figuração e abstração. A intensidade barroca é expressa pela lógica compositiva de preenchimento total do espaço e pela cenografia das telas.
Em suas obras, os materiais estão ligados simbolicamente à história cultural brasileira. Na década de 1990, o desenho toma maior importância, dialogando com a iconografia colonial e, por vezes, estabelecendo uma relação narrativa. Em Proposta para uma Catequese – Parte I Díptico: Morte e Esquartejamento (1993), cenas de antropofagia retiradas de gravuras do século XVI incorporam a visualidade da azulejaria portuguesa. No lugar das cenas cristãs, os índios ensinam a antropofagia, invertendo as posições da colonização. Com uma imagem de Cristo e uma inscrição do Evangelho1, Varejão aproxima simbologias distintas, como a antropofagia e a transubstanciação. A superfície azulejada, simulada por meio da pintura a óleo sobre tela, revela um interior visceral em pequenas incisões. No início da década de 1990, fissuras invadem os trabalhos em imagens apropriadas do holandês Franz Post (1612-1680), do francês Nicolas Taunay (1755-1803) e de temas tradicionais da azulejaria. Pedaços das imagens são extraídos e expostos sobre pratos fixados à parede ao redor das telas cortadas. O uso de camadas espessas de tinta a óleo conserva um interior úmido e a artista explora essa condição de forma semântica: opõe a camada superficial da pintura, a pele, a seu interior, a carne. Este procedimento é enfatizado em pinturas e esculturas que mimetizam partes do corpo. Em seus intercâmbios simbólicos, a carne, além da antropofagia, remete aos estigmas católicos, como as chagas dos mártires.
Varejão apropria-se de imagens como signos de acesso, fornecendo-lhes um significado amplo. Paisagens (1995) apresenta-se como ligação entre universos visuais: uma imagem com rasgos que revelam outras paisagens como citações sobrepostas. Já a instalação Azulejões (2000), composta por pinturas de fragmentos de ornamentos, produz um aspecto vertiginoso pelo excesso de curvas em diferentes direções, que se agigantam no espaço sem chegar a uma completude.
Da série Saunas e Banhos (2001-2009) também emergem transposições culturais. Constrói, com a geometria do azulejo, espaços labirínticos que dialogam com a cultura muçulmana e com a influência portuguesa na arquitetura de Macau e dos botequins e mercados de carne do Rio de Janeiro.
Para a série Polvo (2013-2014), Varejão produz uma caixa de tintas, em parceria com a fábrica Águia, com 33 cores mencionadas como tons de pele em pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As pinturas produzidas com as tintas estudam combinações cromáticas sobre o retrato da artista que revelam novas analogias entre tinta, pele e mestiçagem.
A obra de Adriana Varejão expõe a violência nos processos de assimilação cultural. Questiona ainda a superfície pictórica, o papel simbólico da imagem e a maleabilidade de seus signos. Tal como as incisões em sua pintura, a iconografia colonial surge como irrupção anacrônica. Mas a escolha dos signos é sempre permeada pelas relações que estabelecem com a contemporaneidade.
Notas
1 “Qui manducat meam carnem, et bibit meum sanguinem, in me manet, et ego in illo”, do latim: quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.
ADRIANA Varejão. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa17507/adriana-varejao&tbnid=Sf2ffOdI1NHkGM&vet=1&docid=WSAs6EqbWtNkgM&w=325&h=400&itg=1&hl=pt-BR&source=sh/x/im>. Acesso em: 22 de Dez. 2020. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
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Albano Fernandes Afonso (São Paulo, São Paulo, 1964). Artista visual. Estuda na Faculdade de Arte Alcântara Machado (Faam), em Santos, São Paulo. Em 1994 realiza sua primeira exposição individual, no Centro Cultural São Paulo (CCSP), na capital paulista. No mesmo ano é premiado no 21º Salão de Arte Contemporânea de Santo André e é contemplado com o prêmio aquisição do Museu de Arte Contemporânea de Santo André. Em 2006 a editora Dardo, de Santiago de Compostela, Espanha, lança um livro sobre o artista.
Análise
Impossível evitar a sensação de corrosão suscitada pela série Viagem à Selva Tropical, de Albano Afonso, exposta em 1999 no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Seu procedimento consiste em perfurar repetidamente reproduções em fotografia digital de pinturas da autoria de mestres como Rugendas (1802-1858) e Thomas Gainsborough (1727-1788), espalhando círculos vazados pela superfície da obra, revelando assim partes de uma outra imagem posta num segundo plano. O artista não lida, portanto, com nenhum material corrosivo ou abrasivo, porém a certa distância essas superfícies transmitem algo de desgastado, enferrujado, embolorado até.
Essa falsa aparência de decomposição desencadeia uma ambiguidade de sentidos: entre uma crítica à história da arte e uma nostalgia em relação a ela. Ao mesmo tempo, opera uma inversão em um dos pares conceituais fundamentais da pintura - profundidade e superfície. Afonso escolhe reproduzir obras pictóricas que têm como preocupação central a reprodução da sensação de profundidade, via recursos de perspectiva.
Ora, ao interferir sobre a imagem dessas obras, perfurando-as, Afonso impõe ao olhar do espectador a superfície plana da obra, logrando evidenciar o que antes era negado, fazendo com que a fonte de emanação de sentidos da obra transfira-se para a superfície concreta, abandonando a intenção ilusionista.
ALBANO Afonso. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa19404/albano-afonso>. Acesso em: 12 de Mai. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
Alberto da Veiga Guignard (Nova Friburgo RJ 1896 - Belo Horizonte MG 1962). Pintor, professor, desenhista, ilustrador e gravador. Muda-se com a família para a Europa em 1907. Em dois períodos, entre 1917 e 1918 e entre 1921 e 1923, freqüenta a Königliche Akademie der Bildenden Künste [Real Academia de Belas Artes] de Munique, onde estuda com Hermann Groeber (1865 - 1935) e Adolf Hengeler (1863 - 1927). Aperfeiçoa-se em Florença e em Paris, onde participa do Salão de Outono. Retorna para o Rio de Janeiro em 1929 e integra-se ao cenário cultural por meio do contato com Ismael Nery (1900 - 1934). No ano seguinte, instala ateliê no Jardim Botânico, que retrata em várias obras. Participa do Salão Revolucionário de 1931, e é destacado por Mário de Andrade (1893 - 1945) como uma das revelações da mostra. De 1931 a 1943, dedica-se ao ensino de desenho e gravura na Fundação Osório, no Rio de Janeiro. Entre 1940 e 1942, vive num hotel em Itatiaia, pinta a paisagem local e decora peças e cômodos do hotel. Em 1941, integra a Comissão Organizadora da Divisão de Arte Moderna do Salão Nacional de Belas Artes, com Oscar Niemeyer (1907 - 2012) e Aníbal Machado (1894 - 1964). Em 1943, passa a orientar alunos em seu ateliê e cria o Grupo Guignard. A única exposição do grupo, realizada no Diretório Acadêmico da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, é fechada por alunos conservadores e reinaugurada na Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Em 1944, a convite do prefeito Juscelino Kubitschek (1902 - 1976), transfere-se para Belo Horizonte e começa a lecionar e dirigir o curso livre de desenho e pintura da Escola de Belas Artes, por onde passam Amilcar de Castro (1920 - 2002), Farnese de Andrade (1926 - 1996) e Lygia Clark (1920 - 1988), entre outros. Permanece à frente da escola até 1962, quando, em sua homenagem, esta passa a chamar-se Escola Guignard. Sua produção compreende paisagens, retratos, pinturas de gênero e de temática religiosa.
Análise
Guignard inicia estudos artísticos na Königliche Akademie der Bildenden Künste [Real Academia de Belas Artes] de Munique, que freqüenta em dois períodos: entre 1917 e 1918 e entre 1921 e 1923. Estuda desenho e pintura com Herman Groeber (1865 - 1935), membro da Sezession alemã, e com Adolf Hengeler (1863 - 1927), artista gráfico e ilustrador. Em sua estada na Alemanha dedica-se assiduamente a estudos da arte flamenga na Pinacoteca de Munique. Entre 1925 e 1928, prossegue os estudos em Florença, onde se identifica com a obra de Alessandro Botticelli (1444/1445-1510) e de Raoul Dufy (1877 - 1953), e se liberta da rigidez acadêmica, marcando sua passagem para o modernismo.
Com o aprendizado técnico concluído, volta definitivamente ao Brasil, em 1929, e vai residir no Rio de Janeiro. Pinta a cidade em cores claras e pinceladas miúdas. Realiza uma série de trabalhos sobre o Jardim Botânico, onde instala ateliê, como a obra Bambu (1937), que recebe o 2º prêmio no Salão Oficial de Buenos Aires. De acordo com o crítico Frederico Morais, "o invólucro da luz na estrutura gótica dessa obra belíssima já remete, de certa forma, ainda que de maneira radiosa, ao orientalismo presente na grande série de paisagens imaginantes dos anos finais da vida do artista em Minas Gerais".1
Por dedicar-se a praticamente todos os gêneros da pintura - retrato, auto-retrato, paisagem, natureza-morta, flor, pintura de gênero e pintura religiosa - costuma, em muitas obras, tratar de dois ou mais gêneros na mesma tela, como em suas naturezas-mortas, de número reduzido e quase sempre de caráter fantástico, que trazem uma paisagem ao fundo.
Os retratos, considerados por alguns críticos como a vertente mais fértil de sua obra, constituem a maior parte de sua produção e trazem pessoas de sua família, amigos ou filhos de amigos, intelectuais, artistas e auto-retratos. Nesses não deixa de fazer menção ao seu defeito congênito, o lábio leporino, também presente em representações de Cristo e outras figuras religiosas. Na produção de retratos destaca-se a obra As Gêmeas (1940), com a qual recebeu o prêmio de viagem ao país, na divisão moderna do Salão Nacional de Belas Artes. A tela retrata as irmãs Léa e Maura sentadas num sofá, tendo ao fundo a paisagem de Laranjeiras, bairro do Rio de Janeiro.
O crítico de arte Teixeira Leite2 vê na obra de Guignard traços da nova objetividade - movimento alemão que transpõe os limites do real, buscando impregná-lo de poesia -, aproximando-a, pelo tema tratado, à obra do pintor francês Henri Rousseau (1844 - 1910), especialmente na fase denominada lirismo nacionalista, representada por Casamento na Roça (1960), Família do Fuzileiro Naval (ca.1937) e Família na Praça.
Para o historiador da arte Rodrigo Naves,3 a pintura de Guignard tem um caráter decorativo acentuado, como a obra Os Noivos (1937), repleta de arabescos e outros motivos. Em sua pintura o decorativo está presente nos retratos, nos arranjos florais, nas estampas das roupas e em toda ornamentação em torno de seus modelos femininos, além de tetos, painéis, móveis e objetos que pintou. Guignard também inovou em sua atividade docente. A partir de 1931, ensina desenho e pintura para órfãos de militares, na Fundação Osório, no Rio de Janeiro. Em 1936, leciona desenho no Instituto de Artes do Distrito Federal. Em 1943, funda com outros artistas, no diretório acadêmico da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, o Grupo Guignard, no qual orienta, entre outros, Iberê Camargo (1914 - 1994) e Waldemar Cordeiro (1925 - 1973). Em 1944, a convite do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek (1902 - 1976), dá aulas num curso livre de pintura na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, também conhecida por Escola do Parque e atual Escola Guignard. Seus alunos o consideram um professor democrático, de temperamento informal, que os estimula intuitivamente. Entre outros, freqüentam a Escola Guignard: Amilcar de Castro (1920 - 2002), Mary Vieira (1927 - 2001) e Farnese de Andrade (1926 - 1996).
Na década de 1960, Guignard pinta as "paisagens imaginantes". Nelas, sua palheta volta-se para um cinza esbranquiçado e, como aponta Rodrigo Naves,4 tudo parece estar em suspensão, sem solo ou pontos de apoio firmes. Não há caminhos, acidentes geográficos nem distâncias. Há apenas um mundo nublado e tristonho.
Notas
1 MORAIS, Frederico. In: FROTA, Lélia Coelho. Guignard: arte, vida. Rio de Janeiro: Campos Gerais, 1997. p. 55.
2 LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. p. 240.
3 NAVES, Rodrigo. O Brasil no Ar. In: ______. A forma difícil: ensaios sobre arte brasileira. São Paulo: Ática, 1996.
4 Idem. Ibidem.
Itaú Cultural
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ALDEMIR MARTINS (NASCEU EM; 1922, INGAZEIRAS, CEARÁ – FALECEU EM: 2006, SÃO PAULO, SP).
DESTACOU-SE POR SUA CONTRIBUIÇÃO À ARTE NACIONAL E INTERNACIONAL, COM OBRAS QUE EXPLORAM A CULTURA NORDESTINA. ENTRE SUAS EXPOSIÇÕES MAIS RELEVANTES, INCLUEM-SE SUA PARTICIPAÇÃO NA 28ª BIENAL DE VENEZA (1956), ONDE FOI PREMIADO COMO O MELHOR DESENHISTA INTERNACIONAL, E EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS EM CIDADES COMO PARIS (GRAND PALAIS, 1985), ESTOCOLMO, NOVA YORK. NO BRASIL FOI HOMENAGEADO COM UMA SALA NO MUSEU DE ARTE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ E TEVE EXPOSIÇÕES MARCANTES NO MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO (MASP). AO LONGO DE SUA CARREIRA, RECEBEU PRÊMIOS COMO A ORDEM DO RIO BRANCO EM GRAU DE CAVALEIRO E TEVE SUAS OBRAS EXPOSTAS EM COLEÇÕES DE DESTAQUE EM PAÍSES COMO FRANÇA, ITÁLIA, SUÍÇA, E ESTADOS UNIDOS.
Biografia
Aldir Mendes de Souza (São Paulo, São Paulo, 1941 - idem, 2007). Pintor, desenhista, escultor e gravador. Forma-se pela Escola Paulista de Medicina (EPM) em 1964, especializando-se em cirurgia plástica. Autodidata em pintura, começa a expor no início da década de 1960, desenvolvendo paralelamente as carreiras de médico e de artista. Defende sua tese de doutorado em medicina pela Universidade de São Paulo (USP), em 1966. A partir de 1969, o cafeeiro e o cafezal tornam-se assuntos constantes em sua produção. Nos anos 1970, realiza pinturas que fazem referências à cidade se expandindo em direção ao campo. Nessa mesma década, atua como roteirista e diretor de cinema, realizando curtas, médias e longa-metragens.
Em 1992, Souza comemora 30 anos de pintura com exposição no Paço das Artes, em São Paulo. No mesmo ano, na Itália, publica Geometrie Parlanti [Geometrias Falantes], livro sobre sua obra que conta com textos de críticos italianos e com um poema de Haroldo de Campos (1929-2003), escrito com base na obra de Souza especialmente para essa publicação. Desde o início da década de 1980 são lançados vários livros que analisam sua trajetória artística, como Aldir - Obsessão pela Cor, da autoria dos críticos Frederico Morais e Olívio Tavares de Araújo.
Análise
Aldir Mendes de Souza inicia sua carreira artística nos anos 1960. Realiza performances e obras em técnica mista próximas do universo da ficção científica, como Tragédia Espacial (1966). Na década de 1970, faz trabalhos com chapas e filmes para raio-X e em termografia, como Mulher em Termografia (1973), nos quais se nota a influência de sua atuação como médico. Ao mesmo tempo, os temas do cafezal e da relação entre campo e cidade aparecem em sua produção. Essas pinturas apresentam, num primeiro momento, uma vocação descritiva, como na tela Cafezal (1962). Aos poucos, porém, o tema do cafezal passa a ser tratado de um modo cada vez mais abstrato, como em Cidade Campo (1982).
Ao comentar a obra de Aldir Mendes de Souza, o crítico Frederico Morais nota que, a partir dos anos 1970, a geometria toma o lugar do tema. E também pondera que, apesar da diferença de tratamento formal, a pintura de Souza sugere aproximações com as obras de Arcangelo Ianelli (1922-2009) e Alfredo Volpi (1896-1988) no que tange à preocupação com a cor num contexto geométrico. Como nota o historiador da arte Renato Brolezzi, a produção do artista ao longo do tempo procura a resposta para uma questão básica - a de como compreender e traduzir plasticamente o espaço. A geometria, principalmente com o uso de retângulos em perspectiva, torna-se predominante em sua obra. A partir do fim da década de 1980, Souza produz trabalhos de pintura em concreto e propõe telas exibidas na horizontal, dispostas no chão, que possibilitam um diferente ângulo de visão ao espectador.
Aldo Cláudio Felipe Bonadei (São Paulo SP 1906 - idem 1974). Pintor, designer, gravador, figurinista e professor. Entre 1923 e 1928 é aluno de desenho do pintor Pedro Alexandrino (1856 - 1942), período em que também freqüenta o ateliê do pintor Antonio Rocco (1880 - 1944). Em 1929, Bonadei torna-se amigo do professor de arte Amadeo Scavone. Viaja para a Itália, entre 1930 e 1931, e freqüenta a Accademia di Belle Arti di Firenze [Academia de Belas Artes de Florença], onde tem aulas com o pintor Felice Carena (1879 - 1966) e seu assistente Ennio Pozzi (1893 - 1972), ambos ligados ao movimento novecento. Nesse período, dedica-se ao desenho da figura humana, principalmente ao nu. Retorna a São Paulo no início da década de 1930 e participa ativamente do Grupo Santa Helena, da Família Artística Paulista - FAP e do Sindicato dos Artistas Plásticos. Integra de 1939 e 1941 o Grupo Cultura Musical, criado pelo psiquiatra Adolpho Jagle, que promove reuniões de artistas. Datam dessa época as suas primeiras experiências abstratas. Em 1949 leciona na Escola Livre de Artes Plásticas, primeira escola de arte moderna de São Paulo e participa do Grupo Teatro de Vanguarda. No ano seguinte, funda a Oficina de Arte - O. D. A., com Odetto Guersoni (1924 - 2007) e Bassano Vaccarini (1914 - 2002). No fim da década de 1950 atua como figurinista nas peças Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues (1912 - 1980), e Casamento Suspeitoso, de Ariano Suassuna (1927), ambas encenadas pela Companhia Nídia Lícia - Sérgio Cardoso. Nesse período, desenha alguns figurinos para dois filmes dirigidos por Walter Hugo Khoury (1929 - 2003), Fronteiras do Inferno (1958) e Na Garganta do Diabo (1959).
Comentário Crítico
Em 1915, aos nove anos, Aldo Bonadei executa seu primeiro trabalho a óleo e depois realiza pequenas pinturas autodidaticamente. Entre 1923 e 1928, estuda com Pedro Alexandrino (1856 - 1942). Freqüenta ainda o ateliê do pintor italiano Antonio Rocco (1880 - 1944) e o curso de desenho e artes no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Em 1929, torna-se amigo do professor Amadeo Scavone, com o qual mantém conversas quase diárias sobre arte. Segundo o artista, Scavone o ensina a estruturar mentalmente a composição em formas, linhas e valores de cor.
Bonadei continua a formação artística na Itália, em 1930. Freqüenta em Florença a Accademia di Belle Arti di Firenze, onde estuda com Felice Carena (1879 - 1966). Tem contato com a estética futurista e com o expressionismo da escola romana, que conta com artistas como Mario Mafai (1902 - 1965) e Corrado Cagli (1910 - 1976), e, principalmente, com o movimento Novecento (1922), ao qual Carena é ligado, marcado por uma pintura eclética. Regressa ao Brasil em 1931 e gradualmente adere às pesquisas da arte moderna. A partir de 1935, integra o Grupo Santa Helena, com Mario Zanini (1907 - 1971), Francisco Rebolo (1902 - 1980), Fulvio Pennacchi (1905 - 1992) e Alfredo Volpi (1896 - 1988), entre outros. Participa também das exposições da Família Artística Paulista - FAP e do Sindicato dos Artistas Plásticos. Pinta principalmente naturezas-mortas e paisagens urbanas e suburbanas de São Paulo, temas que se tornam constantes. Destaca-se em suas obras do período o diálogo constante com a obra de Paul Cézanne (1839 - 1906), no tratamento da cor e no uso da pincelada, como pode ser observado em Paisagem (1935) ou em Subúrbio (1937).
Na década de 1940, leciona pintura e trabalha como figurinista, cria modelos para vestidos e desenhos para bordados. Dessa atividade advém a idéia de aplicar sobre a tela costuras ou bordados, de maneira a determinar relevo e textura na composição. O período marca maior liberdade plástica do artista, que pinta quadros que buscam estabelecer relação entre música, ritmos e modulações da cor e pintura. Em seguida, sob o impacto da abstração, que começa a ser apresentada no país em importantes mostras, Bonadei interessa-se pelo cubismo e posteriormente busca a compreensão perceptiva do espaço por meio da teoria da Gestalt [Psicologia da Forma]. Pode-se observar em obras como Mulher Sentada (1948) e Gemini II (1952) a tensão entre o figurativo e o abstrato, que permanece em sua produção posterior.
Aldo Bonadei, para o crítico Jacob Klintowitz, destaca-se entre os pintores do Grupo Santa Helena por sua formação mais erudita. O interesse por diferentes áreas leva-o a desenvolver atividades em poesia, moda e teatro. O artista tem importante atuação, entre os anos 1930 e 1940, na consolidação da arte moderna paulista e, como aponta a estudiosa Lisbeth Rebollo, é um dos pioneiros no desenvolvimento da arte abstrata no Brasil.
Itaú Cultural
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Alexandro Júlio de Oliveira Cerveny (São Paulo, São Paulo, 1963). Desenhista, gravador, escultor, ilustrador, pintor. Estuda desenho e pintura com Valdir Sarubbi (1939-2000) e gravura em metal com Selma Daffré (1951). No início da década de 1980, leciona gravura em metal no Paço das Artes, no Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP e nas Oficinas Culturais Oswald de Andrade, em São Paulo. A partir desse período produz desenhos e aquarelas de caráter predominantemente narrativo e que também apresentam referências autobiográficas, relacionadas a sua experiência anterior como artista circense. Trabalha como ilustrador em diversos livros, como Vejam Como Eu Sei Escrever, de José Paulo Paes (1926-1998) (Ática, 2001), e Pindorama, de Sandra Peres e Luiz Tatit (1951) (Cosac & Naify; Palavra Cantada, 2003), e também para o jornal Folha de S. Paulo. Participa do ateliê Barro Blanco, onde produz trabalhos de cerâmica. Em 2002, atua no Projeto Periferia São Paulo como professor de escultura de bronze. Atua ainda em um projeto educacional da Fundação Vale do Rio Doce, ministra oficinas de cultura para professores em cidades do interior das regiões Norte e Nordeste. Sua produção como ilustrador é apresentada na mostra Desenhos de Ilustrações, realizada em 2005, na Estação Pinacoteca, em São Paulo.
Análise
Alex Cerveny, desde os anos 1980, produz desenhos em que apresenta uma narrativa intimista. Inspira-se em imagens do cotidiano e em personagens extraídos da literatura e também do universo da cultura de massa. Sua obra é repleta de referências pessoais, como a sua vivência de artista circense, presente nas inúmeras figuras retorcidas e elásticas constantes em seus desenhos.
Como nota o crítico Marcelo Araújo, as imagens ingênuas provenientes de histórias em quadrinhos, misturadas a figuras de santos e anjos, encontram-se sempre em tensão com as sofisticadas texturas da aquarela e os elaborados elementos arquitetônicos que estruturam as composições.
Realiza ainda gravuras nas quais alude a um universo fantástico, em que se misturam personagens bíblicos ou mitológicos, crustáceos, torres e espaços circenses. Nelas predominam as inscrições e grafismos, associados ao trabalho cuidadoso com o claro-escuro, como na água-forte Mércúrio (1986). Entre suas obras mais recentes, encontram-se ainda esculturas de pequenas dimensões, trazendo para o tridimensional as figuras que até então povoavam sua produção gráfica.
Itaú Cultural
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Biografia
Alex Flemming (São Paulo, São Paulo, 1954). Pintor, escultor e gravador. Freqüenta o curso livre de cinema na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, entre 1972 e 1974. Cursa serigrafia com Regina Silveira (1939) e Julio Plaza (1938-2003), e gravura em metal com Romildo Paiva (1938), em 1979 e 1980. Na década de 1970, realiza filmes de curtas-metragens e participa de festivais. Em 1981, viaja para Nova York, onde permanece por dois anos e desenvolve projeto no Pratt Institute, com bolsa de estudos da Fulbright Foundation. A partir dos anos 1990, realiza intervenções em espaços expositivos e pinturas de caráter autobiográfico. Passa também a recolher móveis como cadeiras e poltronas, para utilizar em seus trabalhos, aplicando sobre eles tintas e letras ou textos. É professor da Kunstakademie de Oslo, na Noruega, entre 1993 e 1994. Reside na Alemanha a partir de 1995, e continua expondo freqüentemente no Brasil. Em 1998, realiza painéis em vidro para a Estação Sumaré do Metrô de São Paulo, com fotos de pessoas comuns, às quais sobrepõe com letras coloridas trechos de poemas de autores brasileiros. A representação do corpo humano e os mapas de regiões em conflito estão na série Body Builders (2001-2002). Em 2002, são publicados os livros Alex Flemming, pela Edusp, organizado por Ana Mae Barbosa (1936), com textos de diversos especialistas em artes visuais, e Alex Flemming, uma Poética..., de Katia Canton (1962), pela editora Metalivros, e, em 2005, o livro Alex Flemming - Arte e História, de Roseli Ventrella e Valéria de Souza, pela Editora Moderna.
Análise
Alex Flemming dedica-se inicialmente à gravura, à fotografia e à pintura, realizando, em 1983, uma série de grandes quadros que têm como referência fotografias de corpos vigorosos. Em 1990, sua produção é marcada por uma nova orientação: passa a realizar também intervenções, expondo, na escadaria do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), diversas cabeças de boi empalhadas, pintadas de azul metálico, encaixadas em latas de lixo brancas invertidas.
No começo dos anos 1990, realiza algumas séries de pinturas com caráter autobiográfico, que têm como suporte suas próprias roupas. Posteriormente, passa a recolher e pintar, cadeiras, poltronas e sofás usados, nos quais posteriormente aplica letras, que formam textos retirados de notícias de jornais, deslocando assim a relação preestabelecida com esses objetos. Já em Body Builders (2001-2002), fotografa corpos jovens e esbeltos para em seguida desenhar, sobre essas imagens, mapas de áreas de conflitos e de guerras, como, por exemplo, aquelas do Oriente Médio ou da região de Chiapas, no México.
O uso de caracteres gráficos sobre fotografias de pessoas também está presente em um dos seus mais destacados trabalhos: os painéis da Estação Sumaré do Metrô de São Paulo. Compostos por fotos de pessoas comuns, a cada uma delas foi atribuído um poema, escrito em letras meio borradas, com alguns trechos invertidos ou ausentes, o que não impossibilita totalmente a compreensão do texto.
Itaú Cultural
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Alexander Calder nasceu em 22 de julho de 1898 em Lawton - Pensilvnia. Filho de pais artistas, onde, seu pai era, também, um escultor e sua mãe uma pintora, convivendo com esse universo foi incentivado desde cedo a criar. Aos nove anos de idade ele fez suas primeiras esculturas, um pequeno cão e um pato, para presentear seus pais no natal. Foram feitos a partir de pedaços, cortados e moldados, de folhas de latão. Desde então pôde-se notar que ela tinha facilidade em criar.
Apesar dessa facilidade, Calder não se imaaginava um escultor. Se formou em engenharia em 1919 pelo Stevens Institute of Technology e teve vários trabalhos como engenheiro hidráulico e engenheiro de automóveis, cronometrista em um campo de exploração madeireira, e bombeiro no quarto de um navio da caldeira.
Despertou para a vida artística após aobservar o amanhcer de um navio ao qual stava trabalhando, com esse acontecimente Calder teria ficado encantado com o que vira e a partir desse momento decidiu que iria se tornar um artista.
Em 1923, mudou-se para Nova York, e se matriculou na Art Students League. Ainda em NY trabalhou como pintor e desenhista, esse último trabalho, na National Police Gazette, foi que lhe abriu as portas para sua carreira artística, uma vez que ela o enviara para Ringling Brothers e Barnum & Bailey com o fim de contrata-lo para esboçar cenas circense, no Ringling Brothers Circus, durante duas semanas , no ano de 1925. O contato com o circo despertou seu interesse durante muito tempo, e que posteriormente o fez criar o Cirque Calder, agora, já em Paris no ano de 1926. O Circo Calder consistia em miniaturas de artistas e objetos circenses e animais, feitos com arames, madeira, couro, tecido, entre outros materiais que ele observara no Ringling Brothers Circus. Suas esculturas foram projetadas para serem manipuladas por Calder, de uma forma que ele pudesse leva-las a onde ele quisesse. A sua primeira apresentação foi para um grupo de amigos e colegas, para posteriormente aprenstar em Paris e em Nova Yorke, apresentação de grande sucesso, fazendo com que a performace do Cirque Calder ficasse sendo executada durante quaretnta anos.
A partir desse trabalho com o Cirque Calder, o escultor percebeu que ele gostava de trabalhar com fios e arames, fazendo várias outras esculturas, até que em 1928 Calder fez sua primeira exposição na Weyhe Gallery em Nova Yorke, e depois disso foi uma exposição atrás da outra, tanto em NY, como em Paris e Berlim.
Em uma das viagens da sua turnê de expocisão, Calder conheceu Louisa James, sobrinha - neta do escritor Henry James, e em 1931 casou-se com ela. Além de conhecer a sua esposa nessas viagens, Alexander também tornou-se amigos de intelectuais do século XX, Joan Miró, Fernand Léger, James Johnson Sweeney, e Marcel Duchamp. Depois de uma visita ao estúdio de Piet Modrian, ao deparar-se com uma parede de retângulos, feita de papel colorido, os quais Modrian encaixava frequentemente para experiência de reposição, Calder deciciu pintar telas abstratas, só para se certificar de que preferia a escultura do que a pintura. Consequentemente foi convidado a participar do Abstraction-Création, influente grupo de artistas incluindo Arp, Mondrian e Hélion. Nesse mesmo ano de 1931, Alexander criou a sua primeira escultura cinética, movida a manivelas e motor, apelidadas por Duchamp de "mobiles", por serem móveis, sendo que logo o escultor abandonou as formas mecânicas dessa obra quando percebeu que poderia fazer outras que seriam movidas por correntes aéreas. Jean Arp, querendo diferenciar as suas obras não-cinéticas das obras cinéticas, nomeou seus objetos estacionários de "estabiles".
Em 1933 deixou Paris com a sua esposa e voltou aos Estados Unidos, agora em Roxbury - Connecticut, onde comprara uma fazenda antiga, transformando um de seus compartimentos em seu próprio estúdio. Lá nasceu sua primeira filha, Sandra, no ano de 1935 e em seguida a sua segunda filha, Maria, em 1939. Também associou-se ao Pierre Matisse Gallery em NY, onde realizou a sua primeira mostra em 1934, realizando ainda performances do Cirque de Calder.
Nessa mesma época ele começou suas primeiras esculturas ao ar livre. Em 1937, Calder criou sua primeira escultura ao ar livre toda parafusada e inteiramente no metals, chamada de Devil Fish, onde expôs na Pierre Matisse Gallery show, e o nome de sua amostra era StabilesMobiles.
A partir dessa escultura Alexander deslanchou fazendo muito mais delas e na maioria por encomenda como é o caso da Mercury Fountain, que simboliza a resistência republicana espanhola ao fascismo, entre muitas outras belíssimas obras, como posteriormente os seu gigantes móbilies que é resultado da falta de aço, com o acontecimento da II Guerra Mundial, por isso são utilizados pelo escultor, pedaços talhados de madeiras suspensos por arames, chamados por Sweeney e Duchamp de "constelations", embora Calder não os tivesse feito com a intenção de representassem alguma coisa em particular.Esses trabalhos foram apresentados na Pierre Matisse Gallery o qual foi a última exposição solo do escultor, no ano de 1943.
Os anos 40 e 50 foram muitos produtivos para Alexander Calder, fazendo mais e mais esculturas ,grande e pequenas e tendo inúmeras encomendas e exposições como retrospectiva, de suas obras nas grandes galerias como a George Walter Vincent Smith Gallery in Springfield - Massachussetts Museum of Modern Art em New York Galerie Louis Carré em Paris Philadelphia Museum of Art's na Terceira Mostra Internacional de Escultura Galerie Maeght entre outras.
No ano de 1976 foi chamado pela Whitney Museum of American Art em NY, para inda outra retrospectiva das suas obras com o nome da exposição chamada de " Calder's Universe", chegou a falecer em algumas semanas depois. E é considerado o maior escultor do século XX.
Escritório de Arte
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Alexandre Rapoport (Rio de Janeiro, 1929) é um pintor, arquiteto, desenhista e gravador brasileiro.
Autodidata, começou a pintar na Faculdade de Arquitetura, antes do final da década de 1950. Estudou desenho com Ubi Paiva e, enquanto estudante, assistiu às aulas de gravura de Raymundo Cella, na Escola Nacional de Belas Artes; foi então que participou de suas primeiras exposições coletivas promovidas pelo Governo Federal.
Teve contacto com Cândido Portinari, cujas influências permeiam sua obra até hoje. Viajou pela América Latina inteira, onde tem grande fama. Foi também professor da disciplina de "Composição Decorativa" na faculdade em que se formou. Ainda na década de 50 ganhou a "Menção Honrosa" no Salão Nacional de Belas Artes.
De 1956 até aproximadamente 1972, dedicou-se também ao desenho industrial, expondo no Brasil e exterior.
Além do Brasil, possui trabalhos em diversas coleções particulares e instituições públicas, em Roma, Viena, Zurique, Nova Iorque, Tóquio, Paris, Buenos Aires, Antuérpia, Washington e Jerusalém.
É considerado um surrealista, e sua obra tem grande fama e liquidez. Por um breve momento, na década de 1960, também fez design de mobiliário.
Referência: https://pt.wikipedia.org/wiki/Alexandre_Rapoport
Alfredo Volpi (Lucca, Itália 1896 - São Paulo, São Paulo, 1988). Pintor. Muda-se com os pais para São Paulo em 1897 e, ainda criança, estuda na Escola Profissional Masculina do Brás. Mais tarde trabalha como marceneiro, entalhador e encadernador. Em 1911, torna-se pintor decorador e começa a pintar sobre madeiras e telas. Na década de 1930 passa a fazer parte do Grupo Santa Helena com vários artistas, como Mário Zanini e Francisco Rebolo, entre outros. Em 1936, participa da formação do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo e integra, em 1937, a Família Artística Paulista (FAP). Sua produção inicial é figurativa, destacando-se marinhas executadas em Itanhaém, São Paulo. No fim dos anos de 1930, mantém contato com o pintor Emídio de Souza (1868-1949). Em 1940, ganha o concurso promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com trabalhos realizados com base nos monumentos das cidades de São Miguel e Embu e encanta-se com a arte colonial, voltando-se para temas populares e religiosos. Realiza trabalhos para a Osirarte, empresa de azulejaria criada em 1940, por Rossi Osir. Sua primeira exposição individual ocorre em São Paulo, na Galeria Itá, em 1944. Em 1950, viaja para a Europa acompanhado de Rossi Osir e Mario Zanini, quando impressiona-se com obras pré-renascentistas. Passa a executar, a partir da década de 1950, composições que gradativamente caminham para a abstração. É convidado a participar, em 1956 e 1957, das Exposições Nacionais de Arte Concreta e mantém contato com artistas e poetas do grupo concreto. Recebe, em 1953, o prêmio de Melhor Pintor Nacional da Bienal Internacional de São Paulo, dividido com Di Cavalcanti (1897-1976); em 1958, o Prêmio Guggenheim; em 1962 e 1966, o de melhor pintor brasileiro pela crítica de arte do Rio de Janeiro, entre outros.
ALFREDO Volpi. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1610/alfredo-volpi>. Acesso em: 18 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
Amelia Amorim Toledo (São Paulo, São Paulo, 1926 - idem, 2017). Escultora, pintora, desenhista, designer. Frequenta o ateliê de Anita Malfatti (1889-1964), em São Paulo, no fim dos anos 1930. Entre 1943 e 1947, estuda com Yoshiya Takaoka (1909-1978) e, em 1948, com Waldemar da Costa (1904-1982). Nesse mesmo ano, trabalha com desenho de projetos no escritório do arquiteto Vilanova Artigas (1915-1985). Em 1958, frequenta a London County Council Central School of Arts and Crafts, em Londres. De volta ao Brasil, em 1960, estuda gravura em metal com João Luís Oliveira Chaves (1924), no Estúdio/Gravura. Obtém, em 1964, o título de mestre pela Universidade de Brasília (UNB). Desde a metade dos anos 1960, leciona na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie e na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, e na Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi), no Rio de Janeiro. A artista dedica-se também à pintura a óleo e aquarela e ao design de jóias. Realiza obras para espaços públicos, como o projeto cromático, 1996/1998, para a estação Arcoverde do metrô do Rio de Janeiro. Em 1999, é realizada exposição retrospectiva de sua obra na Galeria do Sesi, em São Paulo, e, em 2004, é publicado o livro Amélia Toledo: As Naturezas do Artifício, de Agnaldo Farias.
AMELIA Toledo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9129/amelia-toledo>. Acesso em: 18 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
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Amilcar Augusto Pereira de Castro (Paraisópolis, Minas Gerais,1920 - Belo Horizonte, Minas Gerais, 2002). Escultor, gravador, desenhista, diagramador, cenógrafo, professor. Muda-se com a família para Belo Horizonte em 1935, e estuda na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de 1941 a 1945. A partir de 1944, frequenta curso livre de desenho e pintura com Guignard (1896 - 1962), na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, e estuda escultura figurativa com Franz Weissmann (1911 - 2005). No fim da década de 1940, assume alguns cargos públicos, que logo abandona, assim como a carreira de advogado. Paralelamente, em seus trabalhos, dá-se a passagem do desenho para a tridimensionalidade. Em 1952, muda-se para o Rio de Janeiro e trabalha como diagramador em diversos periódicos, destacando-se a reforma gráfica que realizou no Jornal do Brasil. Depois de entrar em contato com a obra do suíço Max Bill (1908 - 1994), realiza sua primeira escultura construtiva, exposta na 2ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1953. Participa de exposições do grupo concretista, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 1956, e assina o Manifesto Neoconcreto em 1959. No ano seguinte, participa em Zurique da Mostra Internacional de Arte Concreta, organizada por Max Bill. Em 1968, vai para os Estados Unidos, conjugando bolsa de estudo da Guggenheim Memorial Foundation com o prêmio de viagem ao exterior obtido na edição de 1967 do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). De volta ao Brasil, em 1971, fixa residência em Belo Horizonte. Torna-se professor de composição e escultura da Escola Guignard, na qual trabalha até 1977, inclusive como diretor. Leciona na Faculdade de Belas Artes da UFMG, entre as décadas de 1970 e 1980. Em 1990, aposenta-se da docência e passa a dedicar-se com exclusividade à atividade artística.
AMILCAR de Castro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2448/amilcar-de-castro>. Acesso em: 18 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
André de Souza Parente (Sabinópolis, Minas Gerais, 1957). Pesquisador de novas mídias e artista visual. Em 1970, participa de oficinas de fotografia, cinema e gravura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), no Rio de Janeiro. É influenciado pelo grupo brasileiro de videoarte, do qual participa sua mãe, Letícia Parente (1930-1991). Realiza filmes em Super-8, como o documentário A Morte da Galinha em Sabinópolis (1976), e no formato 35mm, como o experimental Os Sonacirema (1978). No fim da década de 1970, ingressa na Cooperativa de Realizadores Cinematográficos Autônomos (Corsina), da qual participam os artistas Lygia Pape (1927-2004) e Arthur Omar (1948).
Em 1980, gradua-se em psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Faz mestrado e doutorado em comunicação na Université Paris 8 (Saint-Denis, França), sob orientação do filósofo francês Gilles Deleuze (1925-1995). Obtém pós-doutorado em 2002, sob orientação do pintor belga Philippe Dubois (1958), na Universidade de Paris III (Paris, França), da qual se torna professor visitante. Em 1991, funda, com Rogerio Luz (1936), o Núcleo de Tecnologia da Imagem (N-Imagem) na UFRJ.
No fim da década de 1990, incorpora instalações interativas e videoinstalações à sua produção, apresentadas em países como Alemanha, França, Espanha e Suécia. Ao longo de sua trajetória, desenvolve projetos com outros artistas e teóricos. Em 2002, é contemplado com o prêmio Transmídia, do Instituto Itaú Cultural, fruto da parceria com Ricardo Basbaum (1961). Em 2003, organiza o livro Redes Sensoriais: Arte, Ciência e Tecnologia com Katia Maciel (1963) e apresenta a videoinstalação Entre Margens. Vence o prêmio Petrobrás de Novas Mídias em 2004, e o prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia (Instituto Sergio Motta) em 2005. Em 2006, a pesquisa sobre os vídeos de Letícia Parente é contemplada com o prêmio Petrobrás de Memória das Artes. Com Katia Maciel, realiza outros trabalhos colaborativos, como Esteroscopia (2006), Dança das Cadeiras (2007) e Na Parede (2007). Apresenta as obras Curto-Circuito em 2007, Belvedere em 2009 e Circuladô em 2010 – videoinstalações icônicas da produção do artista.
Em 2011, ganha o prêmio Caixa Cultural Brasília e, no ano seguinte, realiza exposição retrospectiva sobre Letícia Parente no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA) e no Centro Cultural Dragão do Mar no Ceará. Em 2014, recebe o 14o prêmio Marc Ferrez de fotografia.
ANDRÉ Parente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa4634/andre-parente>. Acesso em: 12 de Mai. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
Andrei Thomaz é artista visual e programador. Mestre em Artes Visuais pela ECA/USP e formado em Artes Plásticas pela UFRGS. Sua produção artística abrange diversas mídias, digitais e analógicas, envolvendo também várias colaborações com outros artistas, entre as quais encontram-se performances sonoras e instalações interativas.
Entre os prêmios e editais pelos quais foi contemplado, encontram-se a Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais 2014; #1 C.LAB – Blau Projects, com curadoria de Douglas Negrisoli, 2014; Edital de Estímulo à Produção Audiovisual do Espaço do Conhecimento UFMG 2012; Prêmio de Ocupação dos Espaços da Funarte 2010, junto com Daniel Escobar e Marina Camargo; Edital do Centro Cultural Banco do Norteste 2010; 63 Salão Paranaense, 2009; Prêmio Atos Visuais, 2007; Prêmio FIAT Mostra Brasil, 2006. Participou de festivais como Videobrasil (2011), FILE (diversas edições) e outros.
Como sócio da produtora Mandelbrot, atua como programador e coordenador no desenvolvimento de projetos interativos. Vive e trabalha em São Paulo, SP.
Texto retirado do Site do Artista
Angelo Cannone (Abruzzo, Itália 1899 - Rio de Janeiro RJ 1992) Pintor e desenhista. Estuda no Instituto de Belas Artes de Nápoles com Paolo Vetri. Vive em Roma durante quatro anos com uma pensão conquistada em um concurso. Ganha uma série de prêmios em decorrência de suas exposições. Leciona desenho no Instituto Técnico. Em fins de 1947, vem ao Brasil, reside algum tempo em São Paulo e depois muda-se para o Rio de Janeiro, onde se radica. Pinta o retrato do Papa Pio X, em tamanho natural, que está na Igreja dos Italianos, na mesma cidade.
ANGELO Cannone. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9689/angelo-cannone>. Acesso em: 18 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
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Anna Bella Geiger (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1933). Escultora, pintora, gravadora, desenhista, artista intermídia e professora. Com formação em língua e literatura anglo-germânicas, inicia, na década de 1950, seus estudos artísticos no ateliê de Fayga Ostrower (1920-2001). Em 1954, vive em Nova York, onde freqüenta as aulas de história da arte com Hannah Levy no The Metropolitan Museum of Art (MET) [Museu Metropolitano de Arte] e, como ouvinte, cursos na New York University. Retorna ao Brasil no ano seguinte. Entre 1960 e 1965, participa do ateliê de gravura em metal do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), onde passa a lecionar três anos mais tarde.
Em 1969, novamente em Nova York, ministra aulas na Columbia University. Volta ao Rio de Janeiro em 1970. Em 1982, recebe bolsa da John Simon Guggenheim Memorial Foundation, em Nova York. Publica, com Fernando Cocchiarale (1951), o livro Abstracionismo Geométrico e Informal: a vanguarda brasileira nos anos cinqüenta, em 1987. Sua obra é marcada pelo uso de diversas linguagens e a exploração de novos materiais e suportes. Nos anos 1970, sua produção tem caráter experimental: fotomontagem, fotogravura, xerox, vídeo e Super-8. Dedica-se também à pintura desde a década de 1980.
A partir da década de 1990, emprega novos materiais e produz formas cartográficas vazadas em metal, dentro de caixas de ferro ou gavetas, preenchidas por encáustica. Suas obras situam-se no limite entre pintura, objeto e gravura.
ANNA Bella Geiger. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa296/anna-bella-geiger>. Acesso em: 22 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
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Antonio Augusto Marx (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1919). Pintor e arquiteto. Muda-se em 1928 para São Paulo, onde radica-se. Cursa arquitetura, na Universidade Presbiteriana Mackenzie entre 1944 e 1949. Autodidata em seus estudos de pintura, participa, em 1947, da exposição 19 Pintores, promovida pela UCBEU, onde são revelados artistas como Flavio-Shiró (1928), Aldemir Martins (1922), Luiz Sacilotto (1924-2003), entre outros. Entre 1948 e 1963, passa a dedicar-se exclusivamente à arquitetura, abrindo, em 1950, uma empresa de projetos arquitetônicos. Trabalha no departamento de urbanismo da Prefeitura Municipal de São Paulo entre 1950 e 1953. Quando volta a pintar, na metade da década de 60, cria obras com temática social, como operários trabalhando e paisagens em cores escuras. No final dos anos 60, passa a usar cores vibrantes, como azul, laranja e violeta em paisagens naturais. Logo depois, a natureza passa a dividir espaço com construções. Nos anos 90, passa a interessar-se por paisagens urbanas, pintando as cidades de Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo, Verona (Itália), Barcelona (Espanha) e Roma (Itália). Há 3 livros sobre sua vida e obra escritos pelo crítico Enock Sacramento: A. Marx - O Pintor da Natureza, Verona - História e Paixão e Avenida Paulista. É considerado por muitos críticos um dos maiores paisagistas brasileiros.
A. Marx. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1700/a-marx>. Acesso em: 03 de Mar. 2021. Verbete da Enciclopédia.
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Antonio Gonçalves Gomide (Itapetininga, São Paulo, 1895 - Ubatuba, São Paulo, 1967). Pintor, escultor, decorador e cenógrafo. Muda-se com a família para a Suíça em 1913, e freqüenta a Academia de Belas Artes de Genebra até 1918, onde estuda com Gillard e Ferdinand Hodler (1853 - 1918). Muda-se para a França na década de 1920. Em 1922, em Toulouse, trabalha com Marcel Lenoir (1872-1931), com quem aprende a técnica do afresco. De 1924 a 1926, em Paris, instala ateliê e entra em contato com artistas europeus ligados aos movimentos de vanguarda. No ambiente parisiense, convive também com Victor Brecheret (1894 - 1955) e Vicente do Rego Monteiro (1899 - 1970). Retorna ao Brasil em 1929. Em 1932, atua na fundação da Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e do Clube dos Artistas Modernos (CAM). Entre as décadas de 1930 e 1940, além de pinturas, produz afrescos e cartões para vitrais. Leciona desenho na escolinha do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), entre 1952 e 1954. Suas obras aliam formas abstratas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, com Regina Graz (1897-1973) e John Graz (1891-1980), é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
Antonio Gomide viaja para a França na década de 1920, onde conhece pintores ligados ao cubismo e outros movimentos de vanguarda. Os quadros Paisagem com Barcos e Ponte de Saint-Michel (ambos de 1923) revelam a geometrização e a simplificação formal cubistas, aliados a uma paleta com suaves passagens de tons que remete ao pintor francês Paul Cézanne (1839-1906). Já o Retrato de Vera Azevedo, na opinião da crítica Maria Alice Milliet, representa a assimilação máxima do art deco no Brasil, com seu caráter altamente estilizado. A arquitetura determina o ritmo ascensional do quadro, acompanhando a verticalização da metrópole paulistana. Algumas obras de Gomide revelam afinidades estilísticas com a produção de Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.
A partir da década de 1930, com o retorno de Gomide ao Brasil, sua pintura passa a enfatizar temas nacionais. Como nota o historiador da arte Walter Zanini (1925-2013), à inspiração cubista de suas obras dos anos 1920, se opõem as obras posteriores, caracterizadas pela abordagem mais espontânea de um repertório diversificado, em que predomina a figura humana.
Antonio Gomide destaca-se pela versatilidade técnica, realizando pinturas a óleo, aquarelas, desenhos, afrescos, cartões para vitrais e vários projetos decorativos, nos quais as linhas sinuosas e as formas abstratas são aliadas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, com Regina Graz e John Graz, é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
ANTONIO Gomide. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa5781/antonio-gomide>. Acesso em: 04 de Mar. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
Antonio Henrique Abreu Amaral (São Paulo, São Paulo, 1935 - idem 2015). Pintor, gravador e desenhista. Inicia sua formação artística na Escola do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), com Roberto Sambonet (1924-1995), em 1952. Em 1956, estuda gravura com Lívio Abramo (1903-1992) no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Em 1958, viaja para a Argentina e o Chile, onde realiza exposições e entra em contato com Pablo Neruda (1904-1973). Viaja para os Estados Unidos em 1959, estudando gravura no Pratt Graphics Center, em Nova York. Voltando ao Brasil em 1960, trabalha como assistente na Galeria Bonino, no Rio de Janeiro, e conhece Ivan Serpa (1923-1973), Candido Portinari (1903-1962), Antonio Bandeira (1922-1967), Djanira (1914-1979) e Oswaldo Goeldi (1895-1961). Paralelamente à carreira artística, atua como redator publicitário. No início da carreira realiza desenhos e gravuras que se aproximam do surrealismo. A partir da metade da década de 1960, sua produção passa a incorporar a temática social, elementos da gravura popular e da cultura de massa, aproximando-se também da arte pop. Em 1967, lança o álbum de xilogravuras coloridas O Meu e o Seu, com apresentação e texto de Ferreira Gullar (1930) e capa de Ruben Martins (1929-1968), em que apresenta uma crítica ao autoritarismo vigente no país. Passa a dedicar-se predominantemente à pintura. Recebe em 1971 o prêmio viagem ao exterior do Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro e viaja para Nova York. Retorna ao Brasil em 1981.
ANTONIO Henrique Amaral. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8581/antonio-henrique-amaral>. Acesso em: 21 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
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Antonio Gundemaro Lizarraga (Buenos Aires, Argentina 1924 - São Paulo, São Paulo, 2009). Pintor, escultor, artista gráfico e designer. Muda-se para o Brasil em 1959, fixa residência em São Paulo e inicia carreira como ilustrador do Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, atividade que exerce até 1967. Seus desenhos desse período se situam entre a figuração e a abstração. Atua como designer em projetos gráficos para editoras e objetos para indústrias. A partir da década de 1970, dedica-se a outros meios expressivos como a gravura, a escultura e a pintura, e também cria interferências no espaço urbano e instalações. Em 1983, sofre um acidente vascular cerebral e, impossibilitado de realizar diretamente suas obras, passa a trabalhar com assistentes. É pesquisador do CNPq entre 1987 e 1999. São lançados livros sobre sua produção: Antonio Lizárraga: Uma Poética da Radicalidade, de Annateresa Fabris, em 2000, e Antonio Lizárraga: Quadrados em Quadrados, de Maria José Spiteri, em 2004.
Antonio Maia (Carmópolis SE 1928 - Rio de Janeiro RJ 2008). Pintor, desenhista, gravador, ilustrador. Vive a infância no interior sergipano, o que contribui para o desenvolvimento de uma temática sua ligada à religiosidade popular do Nordeste. Transfere-se para o Rio de Janeiro em 1955, ali exercendo a atividade de pintor e adotando como estilo o abstracionismo informal. Faz pesquisas de textura entre 1955 e 1963. Realiza sua primeira exposição individual em Cataguases MG, em 1960. Ganha prêmio de viagem aos Estados Unidos em 1968, patrocinado pela galeria do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos. Obras suas são adquiridas pelo Museu de Ontario, Canadá, em 1973.
ANTONIO Maia. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1616/antonio-maia>. Acesso em: 16 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
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Antônio Maluf (São Paulo SP 1926 - idem 2005). Pintor, desenhista e artista gráfico. Inicia seus estudos em engenharia civil e passa, posteriormente, a cursar a Escola Livre de Artes Plásticas, em São Paulo, dirigida por Flávio Motta (1916). Realiza também cursos de pintura com Waldemar da Costa (1904 - 1982) e Flexor (1907 - 1971). Estuda gravura no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp, com Poty (1924 - 1998) e Darel (1924). Freqüenta o primeiro curso de desenho industrial da América Latina, no Instituto de Arte Contemporânea - IAC do Masp, onde é aluno de Sambonet (1924 - 1995), entre outros. Nessa época, entra em contato com a arte construtiva, por meio da obra de Max Bill (1908 - 1994), apresentada na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, e no Masp, em 1952. A tendência construtiva caracteriza sua atividade como artista, designer gráfico e programador visual. Vence o concurso para o cartaz da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, e este é considerado um marco do design gráfico no país. O artista utiliza vários suportes e realiza pinturas murais e elementos modulares, atuando em colaboração com arquitetos como Vilanova Artigas (1915 - 1985), entre outros.
Comentário Crítico
Antônio Maluf estuda na Escola Livre de Artes Plásticas, em São Paulo, na década de 1940, e também cursa pintura nos ateliês de Waldemar da Costa (1904 - 1982) e Flexor (1907 - 1971). Em 1951, matricula-se no primeiro curso de desenho industrial da América Latina, no Instituto de Arte Contemporânea - IAC do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp. Entre os colegas do IAC, encontram-se futuros grandes designers e artistas concretos brasileiros como Alexandre Wollner (1928) e Maurício Nogueira Lima (1930 - 1999).
Maluf segue uma trajetória singular, pois apesar de adotar a linguagem construtiva, compartilhada por vários artistas a partir da década de 1950, não se vincula a nenhum grupo. Elabora, em 1951, um de seus primeiros trabalhos concretos, Equação dos Desenvolvimentos em Progressões Crescentes e Decrescentes, que é adaptado para participar do concurso de cartazes da 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Ele vence o concurso e seu trabalho é considerado um marco no design gráfico brasileiro. O cartaz traz retângulos que se adensam, à medida em que são reduzidos, em direção ao centro do papel. Apresenta assim uma vibração ótica resultante da sugestão de movimento criada pelas linhas paralelas. Já nas séries Progressões Crescentes e Decrescentes, o artista cria um ritmo que parece se ampliar ao infinito, pela repetição de uma mesma estrutura geométrica.
Maluf utiliza variados suportes, dedicando-se a pinturas murais em azulejos e estampas para tecidos, sempre norteados por sua visão da arte concreta. Na opinião da crítica Regina Teixeira de Barros, a produção de Antônio Maluf baseia-se no conceito da equação dos desenvolvimentos, estabelecendo uma relação de igualdade entre os elementos da linguagem artística e o suporte sobre o qual eles são aplicados. Nos murais criados, por exemplo, para o edifício Vila Normanda, no centro de São Paulo, a disposição dos azulejos que servem como suporte é proporcional à utilizada nos retângulos que constituem o mural. Através de variações possíveis, obtidas pela divisão de retângulos em doze unidades, o artista lida com princípios de equilíbrio e contrastes de cores, criando ritmos rigorosamente elaborados.
Como designer, elabora cartazes, logomarcas, padronagens de tecido, projetos para outdoors e integra sua obra gráfica a projetos de arquitetura. Cria murais e elementos modulares, colaborando com arquitetos como, por exemplo, Vilanova Artigas (1915 - 1985). A tendência construtiva caracteriza sua trajetória como artista e suas atividades de designer e programador visual. Com seus trabalhos, colabora para a transformação da identidade visual da cidade de São Paulo, integrando a arte às atividades relacionadas ao cotidiano da população.
ANTÔNIO Maluf. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa22438/antonio-maluf>. Acesso em: 20 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
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Antonio Peticov (Assis SP 1946). Desenhista, gravador, escultor e pintor. Com produção diversificada, Peticov trabalha com pintura, desenho, gravura, escultura e ilustração. Faz instalações como Balli Ballet (1982), em Cloudwalk Farm, Connecticut, e The Big Ladder - Scala Cromatica (1983), para a New York Art Expo, nos Estados Unidos. Apresenta, em 1989, o Projeto Natura - Rio Pinheiros na 20ª Bienal Internacional de São Paulo, prevendo a plantação de várias espécies de árvores ao longo do rio Pinheiros, em São Paulo; e, em 1992, cria o Projeto Bosque Natura, para a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro. Realiza, em 1990, o mural Momento Antropofágico com Oswald de Andrade, instalado na estação República do metrô de São Paulo, em homenagem ao centenário do escritor. Em 2003, é lançado o livro Trabalhos Escolhidos, juntamente com a exposição no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp. Em suas pinturas trabalha freqüentemente com séries temáticas como a Seção Áurea e Dia e Noite, utilizando conceitos da física e da matemática, relacionados ao espectro de cores e à luz.
Comentário Crítico
Autodidata, Antonio Peticov estuda história da arte e os movimentos de vanguarda na segunda metade da década de 1960. Trabalha com pintura, escultura e instalações, apresentando uma produção diversificada. Em seus quadros, destacam-se os efeitos luminosos e a utilização de cores intensas. Neles, cria imagens oníricas alinhadas ao imaginário da publicidade.
Realiza, em 1990, o mural Momento Antropofágico com Oswald de Andrade, em homenagem ao centenário do escritor, instalado na estação República do metrô de São Paulo. O espectador ao situar-se em um ponto de vista frontal em relação ao mural, vê formas ondulantes na parte central. Ao posicionar-se em um ângulo de 45 graus, passa a perceber nessas formas um rosto. O artista emprega a anamorfose,1 e explora oposições como positivo e negativo, e horizontalidade e verticalidade. Peticov emprega freqüentemente conceitos matemáticos e também da física, relacionados ao espectro de cores e à luz, criando obras de cunho simbólico.
Referência: Itaú Cultural
Antonio Batista de Souza (Aldeia de Santa Cristina da Pousa, Braga, Portugal 1925 - Goiânia, Goiás, 2010). Escultor, pintor, ceramista. Imigra com a família para São Paulo em 1926. Mais tarde, reside em Araguari e Uberlândia, em Minas Gerais, onde inicia a atividade de ceramista, realizando peças utilitárias. Monta duas fábricas de cerâmica, que vão à falência, e passa um longo período entre os índios na Ilha do Bananal, em Goiás. Passa a residir em Goiânia. Em 1957, adota o apelido de Antonio Poteiro por sugestão da folclorista Regina Lacerda, que o orienta a assinar seus bonecos de barro. Gradualmente passa a apresentar, em suas obras, motivos regionais e temas bíblicos. Em 1972, já como conhecido ceramista, é estimulado a pintar por Siron Franco (1947) e Cleber Gouvêa (1942 - 2000). Expõe seus trabalhos em mostras no Brasil e no exterior. Leciona cerâmica no Centro de Atividades do Sesc e nas cidades de Hannover e Düsseldorf, na Alemanha. Em 1985, recebe o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA, na categoria escultura. Em 1997, é homenageado com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, Brasil.
ANTONIO Poteiro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9718/antonio-poteiro>. Acesso em: 29 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
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Arcangelo Ianelli (São Paulo, São Paulo, 1922 - idem 2009). Pintor, escultor, ilustrador e desenhista. Inicia-se no desenho como autodidata. Em 1940, estuda perspectiva na Associação Paulista de Belas Artes e, em 1942, recebe orientação em pintura de Colette Pujol (1913-1999). Dois anos depois, freqüenta o ateliê de Waldemar da Costa (1904-1982) com Lothar Charoux (1912-1987), Hermelindo Fiaminghi (1920-2004) e Maria Leontina (1917-1984). Durante a década de 1950 integra o Grupo Guanabara juntamente com Manabu Mabe (1924-1997), Yoshiya Takaoka (1909-1978), Jorge Mori (1932), Tomoo Handa (1906-1996), Tikashi Fukushima (1920-2001) e Wega Nery (1912-2007), entre outros. A partir da década de 1940, produz cenas cotidianas, paisagens urbanas e marinhas, que revelam grande síntese formal e uma gama cromática em tons rebaixados. Por volta dos anos 1960, volta-se ao abstracionismo informal e produz telas que apresentam densidade matérica e cores escuras. No fim dos anos 1960, sua obra é ao mesmo tempo linear e pictórica, onde se destaca o uso de grafismos. Já a partir de 1970, volta-se à abstração geométrica e emprega principalmente retângulos e quadrados, que se apresentam como planos superpostos e interpenetrados. Atua ainda como escultor, desde a metade da década de 1970, quando realiza obras em mármore e em madeira, nas quais retoma questões constantes na obra pictórica. Em 2002, comemora os seus 80 anos com retrospectiva montada pela Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp).
ARCANGELO Ianelli. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa17407/arcangelo-ianelli>. Acesso em: 18 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
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Armando Romanelli de Cerqueira, Roma para amigos, é um pintor impressionista de refinada sensibilidade nascido e formado no Estado do Rio de Janeiro. Filho e neto de grandes artistas da pintura, iniciou-se na arte aos 15 anos, cursando o Instituto de Belas Artes. Em perfeito equilíbrio de formas e cores, Romanelli desenvolve suas obras com grande influência dos mestres europeus, projetando emoções, criando uma atmosfera de encantamento, construindo um autêntico universo de sonho, sem porém, perder os vínculos com o mundo real. Conceituado artista nacional e internacional, recebeu sua primeira medalha de ouro em 1968, no Primeiro Salão Duquecaxiense de Pintura. Dessa época para cá, continuou crescendo e participando de exposições e premiações.
https://www.guiadasartes.com.br/armando-romanelli-de-cerqueira/biografia
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Armando Moral Sendin (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1928). Pintor, ceramista, escultor, desenhista, gravador e professor. Dedica boa parte de sua vida a estudos: cursa a Escola de Belas Artes de Priego na Espanha (por volta de 1940); filosofia na Universidade de São Paulo (1945 a 1949); especialização em estética, com Bogumil Jasinowsky, na Universidade do Chile (1950); e, como bolsista do governo francês, estética na Sorbonne, com mestre Souriau (1950 a 1953). Durante suas viagens, trabalha com Gensoli na Manufatura Nacional de Sevres, França, e desenvolve pesquisas com o ceramista Zuloaga e técnicas de cerâmica de origem oriental com Guardiola e com Gonzalez-Marti, na Espanha. Entre 1954 e 1964, dá cursos de pintura, cerâmica, escultura e desenho em seu estúdio, em São Paulo. Nessa mesma cidade, realiza sua primeira mostra individual, no Clube dos Artistas em 1960. Em 1965, publica um livro didático intitulado Cerâmica Artística. Na década de 80, recebe o Prêmio Ribeiro Couto como destaque do ano em Artes Plásticas (1982).
SENDIN . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8855/sendin>. Acesso em: 21 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
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Arnaldo Ferrari (São Paulo, São Paulo, 1906 - Idem, 1974). Pintor, desenhista, professor. Seguindo a profissão do pai, trabalha como pintor decorador, realizando frisos decorativos para residências. Estuda artes decorativas no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, entre 1925 e 1935. Em 1934, divide um ateliê com amigos no edifício Santa Helena e, pela amizade com o pintor Mario Zanini (1907-1971), aproxima-se dos demais integrantes do Grupo Santa Helena. Como Alfredo Volpi (1896-1988), faz decorações para palacetes, dedicando-se à pintura esporadicamente. Freqüenta também o curso livre de pintura e desenho na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), onde tem aulas de desenho e pintura com Enrico Vio (1874-1960), entre 1936 e 1938. Sua produção inicial aproxima-se daquela dos pintores do Grupo Santa Helena em relação aos temas e realiza paisagens dos arredores de São Paulo, naturezas-morta e nus. Entre 1950 e 1959, integra o Grupo Guanabara, com Thomaz (1932-2001), Tomie Ohtake (1913), Tikashi Fukushima (1920-2001) e Oswald de Andrade Filho (1914-1972). Na metade da década de 1950, interessa-se pela obra do pintor uruguaio Joaquín Torres-García (1874-1949), e volta-se para a pintura abstrata e construtivista. É apresentada retrospectiva de sua obra em 1975, no Paço das Artes, em São Paulo, e catálogo com textos de Theon Spanudis (1915-1986), José Geraldo Vieira (1897-1977) e Mário Schenberg (1914-1990).
Análise
Arnaldo Ferrari estuda desenho no Liceu de Artes e Ofícios, entre 1925 e 1935. Também em torno de 1930, freqüenta o curso livre de desenho e pintura da Escola de Belas Artes de São Paulo, onde é aluno de Enrico Vio. Até a década de 1950, acompanha o Grupo Santa Helena, produzindo naturezas-mortas e paisagens dos arredores de São Paulo, que apresentam grande simplificação formal e uma paleta de tons escuros.
A partir da metade da década de 1950, aproxima-se do Grupo Guanabara, também de São Paulo. Nessa época, começa a pintar paisagens urbanas, principalmente fachadas de casas, cujo tratamento formal tende cada vez mais à abstração, como em Casario (1960) e em Igrejas e Casas (1962). Sua pintura passa a vincular-se ao construtivismo geométrico, revelando a apreciação da obra do pintor uruguaio Joaquín Torres-García (1874-1949). Predomina em suas obras um ritmo visual vibrante, dado pela freqüência de curvas e contracurvas ou pelo jogo de ortogonais, em composições cuidadosas. Os quadros revelam uma pulsação interna forte, dada também pelo uso da gama cromática, densa e profunda, mais do que impactante. Na opinião do historiador da arte Walter Zanini (1925), na obra do artista está presente sempre uma espiritualização em tudo aquilo que compõe o seu universo.
ARNALDO Ferrari. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8720/arnaldo-ferrari>. Acesso em: 20 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
Arthur Luiz Piza (São Paulo, São Paulo, 1928 - Paris, França, 2017). Gravador, desenhista, escultor. Inicia a formação artística em 1943, estudando pintura e afresco com Antonio Gomide (1895-1967). Após participar da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, viaja para a Europa e passa a residir em Paris. Freqüenta o ateliê de Johnny Friedlaender (1912 - 1992) e aperfeiçoa-se nas técnicas de gravura em metal, água-forte, talho-doce, água-tinta e ponta-seca. Em 1953, participa da 2ª Bienal Internacional de São Paulo e obtém o prêmio aquisição. Na 5ª Bienal, em 1959, é contemplado com o grande prêmio nacional de gravura. Nesse período, começa a fazer relevos, picotando suas aquarelas e aproveitando os fragmentos em colagens sobre tela, papel, cobre e madeira. Posteriormente cria relevos de metal sobre sisal, e produz peças tridimensionais em grande escala e trabalhos em porcelana e ourivesaria. Realiza ilustrações para diversos livros, de tiragens reduzidas. No fim dos anos 1980, cria um mural tridimensional para o Centro Cultural da França, em Damasco, Síria. Em 2002, são apresentadas na Pinacoteca do Estado de São Paulo (_Pina), e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli - Margs, em Porto Alegre, duas amplas retrospectivas de sua obra.
PIZA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9617/piza>. Acesso em: 18 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
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Artur Alípio Barrio de Sousa Lopes (Porto, Portugal 1945). Artista multimídia e desenhista. Em 1955, passa a viver no Rio de Janeiro. Começa a se dedicar à pintura em 1965 e, a partir de 1967, freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Nesse período, realiza os "cadernos livres", com registros e anotações que se afastam das linguagens tradicionais. Em 1969, começa a criar as Situações: trabalhos de grande impacto, realizados com materiais orgânicos como lixo, papel higiênico, detritos humanos e carne putrefata (como as Trouxas Ensangüentadas), com os quais realiza intervenções no espaço urbano. No mesmo ano, escreve um manifesto no qual contesta as categorias tradicionais da arte e sua relação com o mercado, e a situação social e política na América Latina. Em 1970, na mostra Do Corpo à Terra, espalha as Trouxas Ensangüentadas em um rio em Belo Horizonte. Barrio documenta essas situações com o uso de fotografia, cadernos de artista e filmes Super-8. Cria também instalações e esculturas, nas quais emprega objetos cotidianos. Realiza constantes viagens, e reside também na África e na Europa - em Portugal, na França e na Holanda. Desde a metade da década de 1990, ocorrem várias publicações e exposições que procuram recuperar sua obra.
ARTUR Barrio. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa47/artur-barrio>. Acesso em: 22 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
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