ARTISTAS

Gen Duarte

BIOGRAFIA

Seu trabalho teve início no grafite e com o tempo migrou para as artes plásticas. Esse diálogo entre o ateliê e a cidade é recorrente na sua produção. Com uma pesquisa artística baseada no embate entre a geometria e o orgânico, suas imagens são carregadas de padrões, ritmo, dinamismo conseguidos por meio de estêncil e percursos visuais, dentro de um colorismo vibrante que se apresenta em camadas, justaposições e sobreposições nos campos que são delimitados apenas pelo encontro das cores, isso do ponto de vista formal. Subjetivamente é possível criar paralelos e diálogos com os padrões geométricos, pinturas tribais com a arte decorativa de várias culturas, povos e épocas.

Cronologia

Exposição Individual:
2016
Caruso Lounge - Exposição Acontece
Petite Galeria - Azul


Exposições Coletivas:
2008
- Espaço Coletivo Galeria (Novos Ares)
- 1º Bienal Internacional de Graffiti de Belo Horizonte

2009
- Reciclando Cidades e Conceitos ( Brasilia ) - Espaço Cultural Zumbi dos Palmares/ Câmara dos Deputados
- Small is Beautiful ( Londres )
- Exposição Galeria Fauno (Coletiva)

2010
- Exposição Tigenkka (Quina Galeria - Belo Horizonte)
- Spray Galeria (coletiva)

2011
- Exposição Fuera de la Lìnea - Museu Macro (Rosário - Argentina)
- Centro Cultural São Paulo - Projeto Eixo Cruzado

2012
- Exposição Origem - Fibra Galeria - SP ( Coletiva )
- Exposição Mundo de Fantasia - Qaz Galeria - SP ( Coletiva )

2013
- Exposição Entre Mundos - View arts Company e ApArt - SP
- Exposição Art Show Chapel 44
- Exposição Entre Meios Local: PUC - SP

2014
- Exposição Legal - Gallery 102 - Washignton - DC
- Exposição Legal - Gallery Porter Contemporary - NY
- Exposição Abre - Te Graffiti - 8Galeria - Brasilia - DF

2015
- Exposição DES { Encontro } - Luis Maluf Art Gallery - SP
- Exposição Caminhos - Galeria Gamma - Maceio - AL
- 3 Bienal Internacional de Graffiti Fine Art - SP
- Parque do Ibirapuera, no Pavilhão das Culturas Brasileiras
- Exposição Puertas Abiertas / Apart Gallery

2016
- Colombia / Bogota - 2016

2017
- Galeria Crua

REFERÊNCIAS

guiadasartes.com.br/gen-duarte/artista

 

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Genaro de Carvalho

BIOGRAFIA

Genaro Antônio Dantas de Carvalho (Salvador, Bahia, 1926 - idem 1971). Tapeceiro, pintor, desenhista. Inicia seus estudos de pintura com o pai. Em 1944, vai para o Rio de Janeiro, e estuda desenho com Henrique Cavalleiro (1892-1975) na Sociedade Brasileira de Belas Artes. É considerado um dos principais ativistas pela renovação da arte na Bahia, ao lado de Carlos Bastos (1925-2004), Carybé (1911-1997) e Mario Cravo Jr. (1923). Com bolsa de estudos do governo francês, Genaro embarca para Paris em 1949, lá estuda com André Lhote (1885-1962) e Fernand Léger (1881-1955) na École Nationale de Beaux-Arts. Participa, em 1950, dos Salões de Outono, de Maio e dos Independentes. Nesse mesmo ano, inicia-se na arte da tapeçaria, realizando seu primeiro trabalho denominado Plantas Tropicais. No ano de 1955, cria o primeiro ateliê de tapeçaria no Brasil, na cidade de Salvador, Bahia. Seu trabalho de maior destaque é o mural realizado para o salão interno do Hotel da Bahia, obra com 200 metros quadrados, intitulada Festejos Regionais Bahianos. Em 1967, a Divisão de Cultura do Departamento de Estado Americano realiza o documentário Genaro e a Tapeçaria Brasileira.

REFERÊNCIAS

GENARO . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa16987/genaro>. Acesso em: 22 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

 

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Gilvan Samico

BIOGRAFIA

Gilvan José Meira Lins Samico (Recife, Pernambuco, 1928 - idem 2013). Gravador, pintor, desenhista, professor. Em 1952, Gilvan Samico funda, juntamente com outros artistas, o Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna do Recife (SAMR), idealizado pelo gravador Abelardo da Hora. Estuda xilogravura com Lívio Abramo, em 1957, na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). No ano seguinte, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde cursa gravura com Oswaldo Goeldi na Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Dedica-se à realização de texturas elaboradas com ritmos lineares em seus trabalhos. Em 1965, fixa residência em Olinda. Leciona xilogravura na Universidade Federal da Paraíba (UFPA). Em 1968, com o prêmio viagem ao exterior obtido no 17º Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), permanece por dois anos na Europa. Em 1971, é convidado por Ariano Suassuna a integrar o Movimento Armorial, voltado à cultura popular nordestina e à literatura de cordel. Sua produção é marcada pela recuperação do romanceiro popular nordestino, por meio da literatura de cordel e pela utilização criativa da xilogravura. Suas gravuras são povoadas por personagens bíblicos e outros, provenientes de lendas e narrativas locais, assim como por animais fantásticos e míticos. Com a apresentação de uma nova temática, introduz uma simplificação formal em seus trabalhos, reduzindo o uso da cor e das texturas.

REFERÊNCIAS

GILVAN Samico. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10514/gilvan-samico>. Acesso em: 02 de Fev. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

 

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BIOGRAFIA

Giuseppe Pasquale Perissinotto (Veneza, Itália, 1881 - São Paulo, São Paulo, 1965) Pintor, desenhista e professor.  Vive a infância na cidade de Brotas em São Paulo, onde ajuda o pai no trabalho de construtor e nas horas vagas dedica-se a cópias de estampas. Na Itália, entre 1899 e 1906, estuda no Instituto de Belas Artes de Veneza e, em seguida, na Academia de Belas Artes de Florença, onde foi aluno de Giovanni Fattori e De Karolis. É professor do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), em São Paulo. Em 1919, abre uma Escola de Desenho e Pintura. Em 1928, decora o teto do Cine-Teatro Oberdan, em São Paulo.

REFERÊNCIAS

GIUSEPPI Perissinoto. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9678/giuseppi-perissinoto>. Acesso em: 07 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

Gonçalo Ivo

BIOGRAFIA

Gonçalo Ivo (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1958). Artista plástico, arquiteto. Filho do jornalista e poeta Lêdo Ivo (1924-2012) e da professora Maria Leda Sarmento de Medeiros Ivo (1923-2004), é influenciado pela circulação dos pais em ambientes culturais. Além de conhecer escritores, frequenta desde criança ateliês de artistas plásticos, como Iberê Camargo (1914-1994). Adolescente, matricula-se em aulas de pintura e de desenho no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro (MAM/RJ). As aulas são ministradas pelos artistas Aluísio Carvão (1920-2001) e Campos Mello (1932), que lhe apresentam o que há de mais notável na produção corrente nas artes visuais.

Em 1983, forma-se em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e, durante a década de 1980, trabalha como ilustrador e designer gráfico para editoras em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1986, leciona pintura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ) como professor visitante. Estabelece ateliê no bairro de Santa Teresa e também em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, onde reside. Participa de mostras coletivas e Salões de Artes, e integra, em julho de 1984, a exposição Como Vai Você, Geração 80?, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, com outros 123 artistas.

Faz viagens de pesquisa pelo litoral do Brasil, América Latina e Europa desde 1980. Nelas, coleta materiais da natureza, observa e registra a arquitetura vernacular e, nas metrópoles culturais, visita museus. Os primeiros livros sobre sua produção são editados na década de 1990, período de intensa produção e participação do artista em mostras individuais e coletivas, no Brasil e no exterior. Destaque para a exposição no Paço Imperial, Rio de Janeiro; a International Watercolor Exhibition, em Bilbao, Espanha; e a Recent Works, na Lewarne Galleries, em Vancouver, Canadá. Em 2000, passa a viver no interior da França e, em seguida, em Paris. Suas obras fazem parte de acervos do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo (MAC/SP), da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e do Deutsche Bank.

REFERÊNCIAS

GONÇALO Ivo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9949/goncalo-ivo>. Acesso em: 18 de Jan. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

 

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Gregório Gruber

BIOGRAFIA

Luís Gregório Gruber Novaes Correia (Santos, SP, 1951). Pintor, desenhista, gravador, escultor, cenógrafo, fotógrafo. Inicia formação artística com cursos de piano e teoria musical na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap em 1965, e com aulas de cravo na Pró-Arte. Freqüenta o curso de desenho de Frederico Nasser (1969), e também produz filmes em super-8. Em 1971, interrompe o curso de arquitetura na Faculdade de Arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e passa a freqüentar aulas de litografia e de gravura em metal, no Ateliê Mário Gruber e no Socorro Curso de Gravura em Metal, respectivamente. Ingressa no curso de artes plásticas da Faap, em 1972, abandonando-o no ano seguinte. Viaja para Paris e tem aulas de desenho na Académie de la Grande Chaumière, em 1974. Nesse ano, realiza sua primeira individual, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Faz estágios de artes gráficas e fotografia no Ateliê Mário Gruber, em 1975, e, no ano seguinte, é responsável pelo curso de desenho de modelo vivo, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp). É contemplado com o prêmio de melhor gravura da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) em 1976. Edita o livro Bodas de Sangue, em 1986, com desenhos realizados com base no filme de Carlos Saura. E atua como cenógrafo da peça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues (1912-1980), dirigida por Marcio Aurelio (1948), em 1987. Sua obra é objeto de quatro filmes: O Gesto Criador, 1977, e Retrato do Artista Quando Jovem, 1978, ambos de Olívio Tavares de Araújo; Uma Tarde com Gregório, 1987, de Nelson Pereira dos Santos e Gregório, 1992, do Instituto Itaú Cultural.

Comentário crítico
O nome de Gregório Gruber liga-se diretamente às vistas e cenas urbanas, sobretudo às imagens de São Paulo como Avenida São João, 1991, Major Sertório e Pacaembu, 1993. Trata-se de representações objetivas, quase fotográficas da cidade, o que leva os críticos a definirem sua obra como hiper-realismo. De fato, a pintura de Gruber apresenta inúmeras afinidades com a fotografia, utilizada, segundo ele, como "esboço" e "parte do processo de criação". Mas outros recursos são também empregados como meios de construção da tela. "Sou muito arquiteto", afirma. "Estruturo os quadros, fico planejando. Começo sempre da anotação, quase sempre no caderninho, depois vem a aquarela, às vezes até mesmo o pastel, só depois vou para a tela com óleo ou acrílico".

A vocação arquitetônica do pintor apresenta-se no projeto e também no resultado do trabalho; afinal, o que as pinturas revelam são construções: casarios, ruas, avenidas, viadutos e arranha-céus, flagrados à noite ou à luz do dia. As linhas e os planos da cidade podem ser apreendidos num só golpe de olhar, ainda que a clareza da imagem se encontre de modo geral perturbada nessas superfícies, ora esfumaçadas, ora transparentes, ora espelhadas. O jogo de revelações e ocultações, mobilizado tecnicamente pelo artista, compromete o verismo da cena, imprimindo-lhe feições etéreas, oníricas e mesmo surreais. A metrópole mostra-se esvaziada dos fluxos e multidões que a caracterizam; apenas linhas, volumes e cintilações.

REFERÊNCIAS

Referência: Itaú Cultural

 

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Guita Charifker

BIOGRAFIA

Guita Charifker (Recife, Pernambuco, 1936 - idem, 2017). Pintora, desenhista, gravadora e escultora. Em 1953, estuda desenho e escultura no Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna (SAMR), no Recife, ao lado do gravador Gilvan Samico (1928-2013) e do pintor José Cláudio (1932), entre outros, sob orientação de Abelardo da Hora (1924-2014).  Colabora, em 1964, na fundação do Atelier da Ribeira, em Olinda, Pernambuco, do qual participa também o pintor João Câmara (1944). Em 1966, cria e dirige a Galeria do Teatro Popular do Nordeste. Desde a década de 1970, realiza pesquisas em gravura em metal na Oficina do Ingá, Niterói, sob orientação da gravadora Anna Letycia (1929). Em 1974, recebe o prêmio de viagem ao México no Salão Global de Pernambuco. Depois, trabalha no ateliê de João Câmara e frequenta por algum tempo o ateliê do escultor Frans Krajcberg (1921). Organiza o Ateliê Coletivo, em Olinda, com pintor Gil Vicente (1958), José Cláudio e Gilvan Samico, entre outros, em 1985. Em 2001, é publicado o livro Viva a Vida! Guita Charifker: aquarelas, desenhos, pinturas, pela Secretaria de Educação e Cultura do Recife, e em 2003 são apresentadas exposições retrospectivas no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), Rio de Janeiro, e na Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pina_).

REFERÊNCIAS

GUITA Charifker. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa23493/guita-charifker>. Acesso em: 23 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

Gustavo Rosa

BIOGRAFIA

Gustavo Machado Rosa veio ao mundo em São Paulo às 7h38 do dia 20 de  dezembro de 1946 na Maternidade Pró-Matre, coração da Av. Paulista. Como declarou anos depois, nasceu desenhando. Sua mãe, Cecília de Paula Machado Netto, relembrava-o por volta dos três anos de idade, de bruços no chão, a desenhar compulsivamente em blocos de papel, quando não o fazia nas paredes de casa ou nos cadernos escolares, em páginas que transbordavam cenas e figuras que o então menino percebia à sua volta. Tornaram-se personagens de sua obra a mulher com lata d’água na cabeça, os meninos empinando pipas, o sorveteiro, os palhaços que atiçavam seu olhar nos circos que frequentava com os pais, o padre e a freira, o vendedor de hot-dog, os beatniks e tantos outros personagens que eram o espelho da sociedade vibrante do pós guerra.

Seus estudos regulares foram na Escola Morumbi e no Colégio Paes Leme. Indisciplinado e inquieto, durante as aulas desenhava o tempo todo, dote natural e compulsivo que o abençoou desde cedo. Anos mais tarde, fascinado pelas ilustrações belíssimas da revista Claudia, estagiou no setor de artes da Editora Abril. O destino, no entanto, lhe reservara outros caminhos na criação artística e em pouco tempo passou a dedicar-se a ela por conta própria, no ateliê improvisado na sala de jantar da casa de seus pais.

Em 1964 passou a frequentar o curso livre de desenho e pintura da Fundação  Armando Álvares Penteado-FAAP, ministrado pela artista plástica Teresa Nazar, pintora pioneira – ao lado de Rubens Gerchman, Antônio Dias, Hélio Oiticica e Carlos Vergara – da Pop Art no Brasil. Nessas aulas/ateliês Gustavo aprendeu composição, enquadramento, uso de cores e, em especial, instruiu-se de conceitos básicos à apreensão e representação do corpo humano, proporcionado pelas aulas com modelo vivo. Impressionada com a evolução e qualidade das obras produzidas por Gustavo, Teresa Nazar escolheu quatro delas para serem expostas, em 1964, na Primeira Anual de Artes Plásticas da FAAP, realizada no MAB - Museu de Arte Brasileira, primeira exposição pública que marcaria o início das quase cinco décadas de sua trajetória artística: 1964-2013. Também participaram dessa mostra Luisa Strina, Selma Garrido e, entre outros, Lívio Augusto Malzone.

Além das aulas de modelo vivo, Gustavo ficou impressionado com a produção plástica de Klimt e Emil Nold. Após esse breve curso, Gustavo renunciou às escolas; segundo ele “extraíam muito do seu tempo” e, assim, rendeu-se totalmente à sua paixão: desenhar-pintar, uma obsessão que lhe permitiu tornar visual seu universo interior pleno de recordações, sensações e reminiscências: “tudo o que eu fazia – a partir dos meus quatro anos de idade – era desenhar”.

Em 1969 participou de sua primeira exposição coletiva em uma galeria de arte, ao lado de obras de Walter Levy, Dirce Pires e Décio Escobar. Era a antiga Galeria Vice-Rey. Di Cavalcanti visitou a mostra e, após olhar os quadros de Gustavo, comentou: “Esse rapaz tem um traço muito bom”. O comentário de Emiliano Di Cavalcanti foi um grande estímulo para o artista iniciante. A partir daí Gustavo estabeleceu com ele uma afeição, no início respeitosa, que se transformou com o passar dos anos em amizade verdadeira até a morte do precursor do modernismo no Brasil.

Em 1969 Gustavo se inscreveu no setor de pintura para participar do “Primeiro Festival das Artes InterClubes de São Paulo”. Os críticos Walter Zanini e Pietro Maria Bardi, membros do júri de seleção e premiação lhe outorgaram Medalha de Ouro e o júri geral de todas as categorias (fotografia, arquitetura, pintura, música e literatura) composto por, entre outros, Maria Helena Chartuni, Lew Parrella, Olivier Perroy, Eduardo Kneese de Mello, Lúcio Grinover, Paulo Mendes da Rocha e Cecília Meirelles, lhe atribuíram a principal honraria do evento: “Prêmio Viagem ao Exterior”.

Em 1970 realiza sua primeira exposição individual, na Galeria Bonfiglioli – simultânea à mostra de Célia Cotrim. Gustavo apresentou uma série de desenhos de grandes formatos que captavam, quase fotograficamente, os aspectos físicos e os semblantes fisionômicos dos personagens retratados. Esta fase lhe rendeu elogios e muitas encomendas de “portrait”, que lhe garantiram, já no início de sua carreira, viver de sua própria arte – um fato incomum para aquela época, mesmo para os artistas plásticos com trajetórias já consolidadas. Na fase seguinte o pintor idealizou uma série reinterpretativa da figura carismática do palhaço. Em composições ousadas, estruturadas, incomuns, revitalizou e descobriu uma nova maneira de apresentar a presença ímpar dessa figura do imaginário popular. Em seguida a série “Bicicletas”, onde a crítica de arte Ernestina Karman classifica Gustavo como um “observador inteligente e sensível, capaz de captar não apenas a maneira de viver, mas em especial, as mais espontâneas emoções do ser humano”. Em 1973, numa exposição antológica denominada “O Quadrado”, incluiu ou transformou formas humanas em composições plásticas quadrangulares. Uma mudança radical em sua obra destacada pela Crítica e apreciadores de arte da época.

As influências de Klimt e Emile Nold foram ampliadas e o pintor interessava-se cada vez mais pelas obras dos mestres: Klee, Picasso, Matisse, Cézanne, Saul Steinberg, Niki de Saint Phalle e dos seus amigos Volpi, Di Cavalcanti, Aldo Bonadei e Carlos Scliar.

Em 1979, com o apoio de Alfredo Volpi, assumiu uma nova mudança não apenas temática, mas em especial, técnica. Substituiu a tinta a óleo pela têmpera a ovo, aprendida, pacientemente com o mestre, que lhe deu a “receita” de como prepará-la e utilizá-la artisticamente. Apresentada na Galeria Documenta, essa nova fase técnica foi saudada e a exposição incluída entre as melhores mostras daquele ano.

Além da têmpera com Volpi e da gravura em metal, ensinada pelo gravador americano Rudy Pozzatti num curso especial na FAAP, a colagem foi incorporada, redimensionada e utilizada em sua obra até o fim de sua vida. Sem nunca esquecer ou abolir de sua obra a representação imagética, em 1981 o tema natureza morta foi desenvolvido, pela primeira vez, como uma ramificação de sua permanente temática figurativa. A incorporação desse tema rendeu-lhe uma série de pinturas atemporais. Nesta fase fica evidente a influência compositiva de Cézanne e a colorística de Matisse. A seguir idealizou a série “As Banhistas”, retomando um tema clássico da história da arte, reinterpretado magistralmente, no final do século XIX e primeira metade do século XX, por Georges Seurat, Pierre-Auguste Renoir, Paul Cézanne, Henri Matisse e, entre outros, Pablo Picasso. Diferentemente desses grandes mestres – seus ídolos – com humor Gustavo atualizou essa temática tendo como meta o pensamento do grande escritor George Orwell: “Tudo o que tem piada, é subversivo”, um mote sempre seguido por Gustavo Rosa.

Além de importantes exposições individuais e coletivas no Brasil, Estados Unidos  e Japão, a década de 1970 marcou a vida pessoal do artista. Em 1978, a morte precoce de sua irmã, Ana Maria, assinalou um dos momentos mais tristes de sua vida. Este fato o conduziu a uma nova maneira de viver e a uma metamorfose estética-compositiva da sua obra. Em uma entrevista Gustavo explicou: “Eu vi que a vida não podia ser levada com tanto rigor e, a partir daí, o meu trabalho teve uma transformação.” Essa perda o levou a procurar uma nova maneira não só de viver, mas de criar. O novo savoir-vivre o induziu a uma obra mais despojada, humorada, colorida e até satírica: uma forma de fazer críticas ao avesso.

A década de 1980 consagrou sua carreira. Os mais importantes críticos de arte do Brasil o selecionaram, premiaram e indicaram para grandes mostras de arte: “Panoramas da Arte Atual Brasileira” do Museu de Arte Moderna de São Paulo, “Exposição Brasil-Japão”, “Salão Nacional de Artes Plásticas da Funarte”, “Salão Paulista de Arte Contemporânea” e, entre outras, a exposição “A Trama do Gosto”, realizada pela Fundação Bienal de São Paulo em 1987. Além das grandes mostras coletivas, Gustavo realizou exposições individuais em Nova York, Los Angeles, Rio de Janeiro, Porto Alegre e, em São Paulo, comemorou, em 1985, seus “20 anos de Pintura” na Galeria Bonfiglioli.

A década de 1990 consolidou sua obra. Gustavo voltou a expor nos Estados  Unidos, no International Museum of 20th Century Arts, de Los Angeles, em Egremont, Massachusetts, e em Miami, na Collection Gallery. Na Espanha, em Barcelona no Museo Del Barça e no Studio La Secca. No Brasil, em 1992, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro participou da ECO-ART, uma mostra paralela ao evento global ECO 92.

Apesar dos sucessos nacional e internacional, o final dos anos 1990 lhe reservaria um enorme sofrimento. Depois de sentir dores em várias partes do corpo e ter passado por vários exames, em 1999 foi diagnosticado um mieloma múltiplo, câncer na medula óssea. Mais uma vez Gustavo encontrou forças para enfrentar o seu maior desafio: lutar contra esse grande mal. Um combate que consumiu suas forças durante 14 anos, até a sua morte em 2013. Estoicamente resistiu e, na medida do possível, não parou de produzir, expor e doar obras para serem leiloadas com fins beneficentes, uma rotina que ele praticava desde os anos 1970

REFERÊNCIAS

gustavorosa.org.br/index.php/artista/biografia

Guto Lacaz

BIOGRAFIA

Carlos Augusto Martins Lacaz (São Paulo, São Paulo, 1948). Artista multimídia, ilustrador, designer, desenhista e cenógrafo. Forma-se em eletrônica industrial pelo Liceu Eduardo Prado, em 1970, e em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São José dos Campos, São Paulo, em 1974. É editor de arte das revistas Around/AZ e Via Cinturato. Entre 1978 e 1984, leciona comunicação visual e desenho de arquitetura na Faculdade de Artes Plásticas da Pontifícia Universidade Católica - PUC, de Campinas. Em São Paulo, leciona no Colégio Iadê, no curso de arquitetura na Faculdade de Belas Artes e no curso livre Artur Cole, entre 1981 e 1984. Realiza performances como Eletro-Performance (1984); Estranha Descoberta Acidental (1984); O Executivo Heavy Metal (1987); Espetáculo Máquinas II (1999), entre outras. Na década de 1990, ilustra os livros Crescente: 1977-1990, de Duda Machado; Num Zoológico de Letras, de Régis Bonvicino (1955); e o Balé dos Skazka's, de Kátia Canton (1962). Em 2005, publica o livro Desculpe a Letra, que reúne desenhos realizados para a coluna da jornalista Joyce Paschowith, no jornal Folha de S. Paulo.

REFERÊNCIAS

GUTO Lacaz. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8802/guto-lacaz>. Acesso em: 03 de Mar. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

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